quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Luta contra o câncer no Fórum Mundial de Engenharia

BRASÍLIA (DF) - O World’s Engineers Convention 2008, fórum mundial de engenharia, chega pela primeira vez ao continente americano. Brasília vai receber entre os dias 2 e 6 de dezembro, mais de cinco mil engenheiros de todo mundo para debater pesquisas, inovações e o mercado dessa importante categoria profissional. O egresso de Engenharia de Plásticos da ULBRA, Luciano Pighinelli, foi convidado a mostrar seus estudos no encontro. Ele desenvolveu um artefato que vai ajudar muitas mulheres na luta contra o câncer de mama.

Depois de duas edições, uma na Europa (Alemanha – 2000) e outra na Ásia (China – 2004), o WEC aporta ao seu terceiro continente com a missão de discutir o meio ambiente e engenharia sustentável. Debates, fóruns, palestras, visitas técnicas e atividades culturais estão programadas para os cinco dias. De acordo com a organização, a escolha pelo Brasil também se deve ao pujante mercado, que possui 300 escolas de Engenharia e 700 mil técnicos. Um deles é Luciano Pighinelli, egresso em Engenharia de Plásticos pela ULBRA, que amplia na pós-graduação da Universidade uma importante pesquisa que deve socializar o tratamento de câncer no Brasil.

Trata-se do seu Imobilizador para Radioterapia e Diagnóstico por Imagem, que é um bom exemplo de que a engenharia também está a serviço de outras áreas, no caso a medicina. Os imobilizadores são peças fundamentais no tratamento do câncer, visto que permitem que o feixe com alta concentração de raios-x incida somente na região a ser tratada. “Uma imperfeição no imobilizador pode causar graves lesões em áreas que não precisavam ser tratadas ou, inclusive, a morte do paciente”, comenta o engenheiro de plásticos. O invento de Luciano é voltado para radioterapia em tumores da região do tronco, como de mama, por exemplo.

Em sua pesquisa, ele propôs a utilização de poliestireno na confecção, em substituição à fibra de carbono. Só essa inovação reduziu drasticamente o custo do artefato. “Os imobilizadores normalmente são importados com preços em torno de US$ 4.000,00. Usando poliestireno de alto impacto ou cristal consegui reduzir seu custo de produção para US$ 100,00, obtendo o mesmo desempenho do similar estrangeiro”, afirma Pighinelli.

Os protótipos desenvolvidos pelo egresso da ULBRA despertaram o interesse de conceituados grupos hospitalares gaúchos. “Já firmamos convênios com os hospitais Moinhos de Vento, Complexo Santa Casa e com empresas da área de polímeros”, destaca Pighinelli. Ele quer desenvolver mais imobilizadores para o tratamento de outras neoplasias. De acordo com o engenheiro de plásticos, a finalização de seu mestrado na ULBRA vai validar técnica e clinicamente o produto e a partir daí, o invento poderá servir a qualquer clínica ou hospital brasileiro.


Nelson DutraJornalista - RPMT 11564ACS Canoas - Imprensa Ulbra(51) 3477-9117www.ulbra.br

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