MACEIÓ (AL) - Com apenas um ano e quatro meses de vida, Williams Batista Aureliano foi morto com uma bala perdida na cabeça enquanto brincava na cama dos avós, dentro de um barraco na favela de lona, no conjunto Eustáquio Gomes. O disparo fatal foi apenas um da saraivada de mais de trinta tiros ouvidos pela vizinhança por volta das 10h30 de ontem. O gatilho foi apertado por um dos integrantes das quadrilhas que disputam o controle do tráfico de drogas na região.
A mãe do bebê, Rosângela Batista, 22 anos, não imaginava o infortúnio que a aguardava quando foi buscar água num cano a poucos metros de onde o filho estava. Ouviu os tiros, entrou num barraco próximo e se jogou no chão para se proteger das balas. “Assim que a poeira sentou, pensei logo no meu filho e corri para casa, mas quando cheguei no quarto ele já estava morto, com uma mancha de sangue na cabeça”, revela a mãe, com as lágrimas correndo pelo rosto sem parar.
Presos, acusados negam participação no fogo cruzado
Policiais militares que participaram da caçada aos traficantes afirmam que uma testemunha viu todo o tiroteio escondido atrás de um muro e identificou todos os suspeitos, bem como o veículo Pólo que eles utilizaram. Com os peritos do Instituto de Criminalística em greve, o chefe de serviço do 10º DP, Themildo das Trevas, utilizou um artifício básico para confirmar que os suspeitos tinham atirado há pouco tempo: o olfato. “Pode cheirar os dedos deles que estão fedendo a pólvora”.
Assim que chegou à delegacia, o grupo tentou negar a participação, mas quando foi questionado sobre quem disparou o tiro que matou o bebê, Parsondack revelou tudo. “Ninguém queria que isso acontecesse, mas o tiro que matou a criança pode ter sido deles. Nós viemos aqui para pegar esse Ninja”, confessou. “E as maldades que eles já fizeram com tanta gente?”, questiona José Técio.
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