No Brasil, juros mais baixos e investimento estrangeiro em alta
Sempre é difícil ser categórico sobre previsões, embora os analistas do mercado financeiro e de capital adorem exercer o papel de divindade. De toda a forma, acreditamos que há grande chance de que o processo de recuperação da atividade econômica e do emprego possa ter se iniciado aqui no Brasil. Generalizam-se os sinais de que isto esteja a acontecer : melhores indicadores de consumo, inflação em queda, câmbio se valorizando e juros em queda. O Real está subindo, fruto da forte entrada de recursos dos investidores estrangeiros que estão injetando recursos, sobretudo nas ações brasileiras. Este fluxo deve continuar nos próximos meses, embora as incertezas no mercado internacional ainda sejam empecilho de que este processo de generalize ainda mais. Do lado dos juros, o principal movimento é do BC. Os juros básicos foram reduzidos na semana passada em mais 1%, movimento este altamente esperado pelo mercado e analistas. O grande problema é que é cada vez menos provável que os movimentos na taxa básica de juros influenciem, de forma mais efetiva, os juros dos títulos de médio e longo prazo. Ou seja, os juros podem cair no curto prazo, mas não cairão muito no longo prazo (12 meses à frente). Isto reflete a expectativa de que haja recuperação econômica suficiente para que o foco do BC volte a ser a inflação e não a atividade econômica. Além disso, há uma preocupante elevação das despesas públicas cujos reflexos na inflação e no déficit serão sentidos a partir do ano que vem - um ano eleitoral.
Já saímos do fundo do poço ?
É esta a sensação mais generalizada, como registrado na nota acima. No entanto, para que o Brasil possa sair mais forte da crise como tem apregoado o presidente Lula e não cansam de repetir seus seguidores e alguns bonecos de ventríloquo do mercado, o governo terá de fazer bem mais - e um pouco diferente do que tem feito - até agora. Não dá para pensar que passado o pior da crise aqui e lá fora, voltaremos a surfar nos bons ventos econômicos que nos ajudaram a subir nos últimos anos. Em matéria de economia, o mundo nunca será como antes - pelo menos não por muitos anos. A crise, com a queda abrupta da atividade econômica, evitou que alguns gargalos sérios na infra-estrutura começassem a dar as suas caras. A deterioração do setor, porém, continuou. E o PAC, ambicioso demais na sua extensão (quem tem mais de duas mil prioridades de fato não tem nenhuma) e sofrendo crônica deficiência de gestão federal, não é e não será a solução. E não dá para ficar dependendo apenas dos cofres da Petrobras. Até porque os problemas de curto, médio e longo prazo estão nos portos, nas estradas, na energia elétrica (algumas termoelétricas foram acionadas na semana passada) e nem tudo atrai investimentos privados. O segredo é recuperar a capacidades de investimento do Estado. Portanto, é preciso que o governo gaste menos no seu próprio custeio e com mais qualidade naquilo que ajuda a melhorar as condições econômicas. O desafio é enfrentar a clientela política com o olho na sucessão presidencial.
China cresce. Mais um sinal positivo
A expansão da atividade industrial chinesa cresceu em abril 13,1% em comparação a março e foi a maior surpresa dentre os países emergentes nestes últimos tempos. Havia oito meses que a atividade industrial caía seguidamente na China. O maior consumo doméstico alimentou a alta. Se isto é um sinal consistente ainda não é possível afirmar, mas este melhor desempenho da maior economia emergente faz parte de um conjunto favorável de dados que indicam que a crise começa a ceder nos países mais importantes no mundo emergente. O Brasil e a Índia apresentam os melhores desempenhos entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). A China começa a melhorar e a Rússia, país muito dependente do petróleo, é o patinho feio desta estória.
A gripe suína se espalha
Eis o principal fator a preocupar os mercados no momento. Não bastassem as incertezas da crise agora estamos literalmente tentando adivinhar os efeitos desta gripe sobre os diversos segmentos do mercado financeiro internacional. É certo que não bastam as projeções da OMS ou os dados dos governos. Afinal, trata-se de uma doença viral cuja expansão e efeitos são muito difíceis de serem projetados. Assim sendo, se não é para ficar alertado, não há motivos para se ficar relaxado. O assunto requer atenção e moderação em relação às conclusões sobre os efeitos que podem produzir. Não dá para fazer aposta sobre o tema.
Nos EUA, bancos e emprego são os dados mais importantes
Nas próximas semanas, os dados de emprego e a verificação do estado de saúde do sistema financeiro serão determinantes para o maior ou menor pessimismo dos investidores. As autoridades reguladoras do sistema financeiro vão divulgar nesta semana os resultados do "teste de stress" aplicado às instituições. Basicamente estes testes têm o objetivo de verificar o comportamento dos sistemas de risco e os informes financeiros dos bancos diante de cenários alternativos de volatilidade e inadimplência. Existem dúvidas se alguns dos principais bancos possam mostrar insuficiência de capital próprio para suportar estes testes. Num sistema financeiro combalido, este tipo de dúvida provoca inquietação de duas formas : (i) o sentimento de que o sistema não é seguro e (ii) em havendo novas captações de recursos via ações, os investidores podem ver diluídas as suas participações acionárias. Na área de emprego o que se espera é simples e objetivo : sinais de que o pior já passou, mesmo que os números ainda sejam sofríveis. Estamos num terreno perigoso de vez que é essencial que sejam revertidas as expectativas negativas instaladas há mais de ano e meio no mercado internacional - de forma mais aguda, desde setembro do ano passado.
Radar "NA REAL"
Os dados internacionais nos recomendam ainda muita cautela. Todavia, com base no nosso acompanhamento da conjuntura e dos mercados o cenário nos parece mais promissor. A melhor combinação do momento é prudência (nos volumes aplicados) com aumento de risco (em mercado de ações e títulos de renda fixa de menos qualidade).
terça-feira, 5 de maio de 2009
Radar economia real - Por Francisco Petros e José Márcio Mendonça
Postado por
Daniel Oliveira da Paixão
às
05:10
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